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Publicado em 29 de Março de 2019 às 16:22 em Cancro Noticias | 0 comentários

Perguntas (e respostas) mais frequentes sobre o cancro da tiroide

Perguntas (e respostas) mais frequentes sobre o cancro da tiroide

Receber o diagnóstico de cancro da tiroide nunca é fácil. É um momento em que surgem muitas dúvidas e inseguranças, tanto para os doentes como para os seus familiares. Neste artigo, tentamos ajudar a responder às preocupações mais frequentes.

1 – O que é o cancro da tiroide?

O cancro da tiroide acontece quando existem alterações na divisão das células tiroideias. No seu estado normal, estas células passam por um processo de regeneração celular, mas quando não morrem quando envelhecem ou se danificam e produzem novas células que não são necessárias de forma descontrolada, resulta a formação de um cancro.

2 – Existem vários tipos de cancro da tiroide?

A maioria são carcinomas diferenciados da tiroide: Cerca de 80% dos cancros diferenciados da tiroide são carcinomas papilares, um tipo de cancro mais comum e menos agressivo e que surge em qualquer idade. Geralmente pode ser tratado com sucesso e raramente é fatal. O carcinoma folicular, com um subtipo denominado carcinoma de células de Hürthle, comporta-se de uma forma mais agressiva e tem uma taxa mais elevada de metástases. Contudo, tem um bom prognóstico quando detetado precocemente.

Depois, existe o carcinoma medular, um tipo de cancro mais raro, com origem nas chamadas células C, produtoras da hormona calcitonina, e, por fim, o carcinoma anaplásico, também raro e geralmente com incidência em idades superiores a 60 anos, considerado o mais agressivo e geralmente fatal.

2 – Como saber qual o estadiamento do cancro da tiroide?

Depois do diagnóstico, deverá ser realizado o estadiamento, um processo que permite ao médico averiguar se as células do cancro se disseminaram da tiroide para outras estruturas próximas ou mais distantes ou não. Esta informação é fundamental para a escolha do melhor tratamento. Contudo, em muitos casos, o estadiamento da doença só fica completo após a cirurgia, pela análise ao microscópio dos lobos, de toda a tiroide, dos gânglios e de outros tecidos colhidos na altura da cirurgia.

O estadiamento pode ter uma classificação de I a IV. No estadio I, o cancro está localizado na tiroide, no estadio II existe a disseminação para os tecidos circundantes à tiroide, no estadio III a disseminação atingiu os gânglios linfáticos próximos e no estadio IV o cancro disseminou-se para órgãos à distância).

3 – O cancro da tiroide tem cura?

Como qualquer outro tipo de cancro, quanto mais precoce for o diagnóstico e o estadiamento maiores as possibilidades de cura. De qualquer forma, sabe-se que cerca de 80% dos cancros da tiroide são carcinomas papilares, um tipo de cancro mais comum e menos agressivo.

4 – Quais os tratamentos disponíveis?

As principais opções de tratamento para o cancro de tiroide são a cirurgia, a terapêutica com Iodo radioactivo e a hormonoterapia com levotiroxina. A radioterapia é utilizada em casos muito específicos, geralmente quando há metástases ósseas e a quimioterapia raramente se utiliza. Há actualmente uma terapêutica médica com novos fármacos inibidores de uma enzima (tirosina cinase) que são utilizados quando não é possível a terapêutica com Iodo radioactivo. Em muitos casos, podem ser utilizados mais do que um destes tratamentos.

5 – Quais os tipos de cirurgia que existem e os seus efeitos colaterais?

Os principais tipos de cirurgia para o cancro da tireoide são a lobectomia, uma técnica algumas vezes utilizada para o cancro papilar e folicular, na qual o lobo que contém a doença é removido, juntamente com o istmo. Esta cirurgia tem a vantagem de o doente não necessitar de fazer reposição hormonal após a cirurgia. Já a tiroidectomia total é o tipo de cirurgia mais comum para a remoção total da glândula da tireoide.

São vários os efeitos secundários possíveis, nomeadamente a rouquidão temporária ou permanente, perda da voz, danos nas glândulas paratireoides que podem levar a níveis baixos de cálcio no sangue, causando espasmos musculares e sensação de dormência, hemorragias ou formação de hematomas e infeção.

6 – Em que consiste a Terapêutica com iodo radioactivo e quais os efeitos colaterais?

A administração de iodo radioativo é uma forma de radioterapia que atinge seletivamente os tumores malignos das células foliculares (carcinomas papilar, folicular e pouco diferenciado), poupando a generalidade dos tecidos e órgãos não afetados pela doença. Esta terapêutica não pode ser usada para tratar os carcinomas anaplásicos e medulares porque estes tipos de cancro « não captam o iodo.

Sensibilidade no pescoço, náuseas e vómitos, inchaço e sensibilidade nas glândulas salivares, boca seca e alterações no paladar são alguns dos possíveis efeitos colaterais.

7 – Qual o objetivo da hormonoterapia no tratamento do cancro e quais os efeitos colaterais?

O uso da hormonoterapia no tratamento do cancro da tireoide tem dois objetivos: Ajudar a manter o metabolismo normal do corpo e impedir o crescimento das células cancerígenas remanescente. É natural que os médicos comecem por administrar doses de hormonas superiores às normais de forma a permitir retardar o crescimento de quaisquer células cancerígenas remanescentes e diminuir as possibilidade de recidiva de alguns tipos de cancro. A administração de doses de hormonas mais elevadas do que o normal parece ter poucos efeitos colaterais a curto prazo, mas alguns investigadores têm dúvidas quanto ao uso prolongado da medicação em doses suprafisiologicas e geralmente estas reduzem-se progressivamente.

8 – Em que situações é indicada a radioterapia e quais os efeitos colaterais?

A radioterapia é por vezes utilizada no tratamento do cancro da tiroide medular ou anaplásico. Também pode ser indicada para tumores que não respondem ao Iodo radioactivo Os efeitos colaterais podem incluir alterações na pele, dificuldade em engolir, rouquidão e fadiga.

9 – Em que situações é indicada a quimioterapia e quais os efeitos colaterais?

A quimioterapia é raramente utilizada para o tratamento da maioria dos tipos de cancro da tiroide. Pode ser combinada com a radioterapia no caso do cancro anaplásico. Os possíveis efeitos colaterais dependem do tipo de medicamento usado e da dose administrada, mas podem incluir perda de cabelo, inflamações na boca, falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia, infeções, hematomas, hemorragias ou fadiga.

10 – Em que consiste a terapia com os inibidores da tirosina cinase e quais os efeitos colaterais?

A maioria dos cancros papilares e foliculares pode ser tratada eficazmente com cirurgia e iodo radioactivo, mas para os cancros em que estes tratamentos não são eficazes, os medicamentos alvo podem ser úteis, pois são substâncias que identificam e atacam as células cancerígenas, preservando as células normais. Os efeitos colaterais comuns incluem fadiga, erupção cutânea, perda de apetite, diarreia, náuseas, aumento da pressão arterial.

11 – Como devem ser seguidos os doentes que tiveram cancro na tiroide?

Os doentes que tiveram cancro na tiroide deverão ser seguidos regularmente em consulta pelo endocrinologista, oncologista e/ou pelo cirurgião no caso de terem sido operados.

Fontes:

American Cancer Society

National Health System UK

Instituto Oncoguia

American Thyroid Association

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