Relação entre poluentes ambientais e cancro da tiroide
Nos últimos anos o cancro da tiroide tem registado números crescentes, estando ainda por esclarecer as causas concretas deste aumento. Diversas variáveis podem estar implicadas neste cenário, mas um estudo recente evidenciou a relação entre o cancro desta glândula e tóxicos presentes no ambiente.
A evolução da tecnologia permitiu o aprimoramento das técnicas de diagnóstico. Consequentemente, a deteção de novos casos de patologias como o cancro da tiroide tem vindo a aumentar em número, alertando a população para a importância do diagnóstico precoce. No entanto, este aumento também pode estar relacionado com outros fatores, tais como poluentes e diversos químicos presentes no ambiente. Um dos químicos identificados é o PBDE (Éter de difenila polibromados), associado ao manuseamento de componentes eletrónicos e mobiliário e encontrado com frequência nas poeiras dentro das habitações.
Num novo estudo, compararam-se doentes com e sem cancro da tiroide sendo avaliados os níveis de PBDEs nas amostras sanguíneas e amostras de poeiras recolhidas nas habitações de cada indivíduo. Após análise dos resultados, propôs-se que a exposição a estes químicos poderá estar associada ao aumento do número de casos de cancro da tiroide: Hoffman K et al.. Exposure to flame retardant chemicals and occurrence and severity of papillary thyroid cancer: A case-control study. Environ Int 2017 Oct;107:235-242
Apesar dos resultados observados, não existe ainda uma relação sólida entre estas duas variáveis. Serão ainda necessárias novas abordagens para se perceber melhor esta relação, uma vez que a amostra recolhida durante o estudo foi demasiado reduzida. No entanto, este tipo de trabalhos chama a atenção para a relação emergente entre poluentes ambientais e cancro da tiroide, sensibilizando para esta temática.
Fonte: American Thyroid Association