No mês da mulher, o alerta vai para a tiroide no feminino
Se há doenças em que se pode dizer com certeza que não existe uma igualdade de género, essas são as associadas à tiroide. Maria João Oliveira, endocrinologista e porta-voz da Associação das Doenças da Tiroide, confirma que “as mulheres são cerca de 10 vezes mais afetadas do que os homens”. As razões que o justificam podem não ser ainda totalmente claras, mas a ciência já confirmou que residem no sistema hormonal feminino.
Não existem dados concretos que permitam traçar com segurança o cenário referente aos problemas de tiroide em Portugal. Mas há estimativas que apontam para que pelo menos 5% da população possa vir a ter alguma forma de disfunção da tiroide, sobretudo hipotiroidismo ou hipotiroidismo, as duas mais conhecidas e mais comuns. Mais uma vez, são as mulheres as líderes nesta estatística e, no caso do hipotiroidismo, as que mais sofrem são as com mais idade, geralmente a partir dos 50 anos, sendo o hipertiroidismo mais frequente entre a 2ª e a 4ª décadas de vida.
Problemas com o período menstrual, problemas ao tentar engravidar e problemas durante a gravidez são alguns dos especifico para as mulheres. A boa notícia é que existe, na maior parte dos casos, tratamento, sendo essencial estar atento aos sintomas para que o diagnóstico possa ser feito o mais cedo possível, evitando-se, desta forma, manifestações mais severas destes problemas.
Um diagnóstico que, mesmo em tempos de pandemia da Covid-19, não deve ser negligenciado, mais ainda no caso das mulheres, que devem estar atentas aos sintomas. “As mulheres não devem ter receio de realizar os seus exames habituais, de rotina e de seguimento. E devem também recorrer ao médico quando necessário”, reforça Maria João Oliveira.