
Doenças da Tiroide e a Saúde das Grávidas
8 Setembro, 2022
Quando os Problemas na Visão são Sintomas da Tiroide
11 Outubro, 2022O número nacional de casos de cancro da tiroide confirma um aumento, nas últimas décadas, que tem sido “contínuo, rápido e estatisticamente significativo em mulheres e homens”, refere Maria João Oliveira, endocrinologista e porta-voz da Associação das Doenças da Tiroide (ADTI). A especialista dá conta que este tumor, quando diagnosticado atempadamente, tem “um prognóstico excelente, com uma mortalidade muito baixa”.
Razões de sobra para, no Dia de Sensibilização para o Cancro da Tiroide, se alertar para esta doença, que afeta quatro vezes mais as mulheres e, mais do que isso, se reforçar uma mensagem dirigida aos sobreviventes e aos seus cuidadores, com informação sobre nutrição, apoio psicológico ou hábitos de vida saudáveis, temas em destaque, no próximo dia 24, a partir das 9h30, no auditório do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
Trata-se, explica Celeste Campinho, presidente da ADTI, de um evento de cariz informativo que irá ter como foco o doente: ‘Como posso eu, enquanto doente, ser parte ativa no decurso da doença’. “Sabemos todos nós, no desenvolvimento da nossa atividade diária, o quanto a participação do doente, da sua família e do seu cuidador é fundamental para a sua qualidade de vida, no percurso da doença”, confirma.
“O conhecimento é poder e saber fazer melhor. Por isso, o acesso à informação sobre a patologia, o apoio à sua gestão nutricional, o quanto o exercício físico adequado pode promover um melhor bem-estar e uma melhor adesão à terapêutica, o impacto psicológico não só para o doente, mas também para os familiares e cuidadores, são temas a tratar nesta ação”, explica, que irá finalizar com uma atividade física de bem-estar.
Em relação ao cancro da tiroide, “não se sabe bem porque é que aparece”, confirma Maria João Oliveira. “Sabe-se, no entanto, que as pessoas com mais de 40 anos, com familiares com cancro da tiroide ou que foram submetidas a radiações, sobretudo radioterapia da cabeça ou do pescoço, têm maior probabilidade de desenvolver este tipo de cancro” que, segundo a especialista, é ainda “mais frequente no sexo feminino, possivelmente por influências hormonais ainda não esclarecidas”.
Não existe, acrescenta, “uma forma específica de prevenção, exceto aquela que evita a captação da radiação ionizante pela tirode (por exemplo, quando se realiza um RX da cabeça usa-se uma proteção de chumbo para tiroide)”. Assim como, na maior parte dos casos, “o cancro da tiroide pode ser completamente assintomático. Contudo, o aparecimento de uma tumefacção (inchaço) na parte anterior ou lateral do pescoço, de crescimento rápido, dura e pouco móvel, pode ser o primeiro sinal de cancro, mais ainda se se fizer acompanhar de rouquidão ou dificuldade em engolir”.
E não se deve também, reforça a médica, realizar a ecografia da tiroide como ‘exame de rotina’ sem que haja suspeita de doença da tiroide. “Corre-se o risco de diagnosticar pequenos nódulos ou quistos, sem significado patológico, que além de causarem alarme desnecessário levam geralmente à realização de exames desnecessários. Deve ser o médico a decidir quando requisitar uma ecografia da tiroide”.
Presentes para esclarecer todas as dúvidas no evento de dia 24 vão estar Maria João Oliveira, endocrinologista do Centro Hospitalar Vila Nova Gaia/Espinho, Paula Soares, investigadora do IPATIMUP e professora na Faculdade Medicina da Universidade do Porto, e um médico em representação Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.
O evento é de entrada gratuita, mas sujeito a inscrição, que deve ser feita através de e-mail para geral@adti.pt.
Saiba mais sobre as doenças da tiroide em: https://www.thyroidaware.com/pt/