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Publicado em 07 de Maio de 2019 às 18:17 em Notícias | 0 comentários

Hipotiroidismo, uma doença muito feminina

Hipotiroidismo, uma doença muito feminina

O hipotiroidismo, uma produção insuficiente das hormonas da tiroide, pode atingir homens e mulheres, mas estas últimas são claramente mais afetadas, interferindo na sua saúde, bem-estar, carreira profissional ou mesmo felicidade. Identificar os sintomas é o primeiro passo para controlar eficazmente a doença.

Se costuma sentir muito frio ou está deprimida sem que haja motivo aparente para isso, deve valorizar esses sintomas. Não os ignore, pois podem ser um sinal de que a sua tiroide não está a funcionar bem! Cansaço, fraqueza, aumento de peso discreto, rouquidão, perda de cabelo, unhas quebradiças, intolerância ao frio, obstipação, apatia, humor deprimido, alterações menstruais e diminuição da libido são outros dos sinais comuns ao hipotiroidismo.
O mais habitual é que surjam dois ou mais sintomas associados, mas também existem casos em que prevalece apenas um sintoma. Como são inespecíficos e insidiosos, o diagnóstico é muitas vezes tardio. Daí a importância da consciencialização para o impacto que estes podem ter, especialmente nas mulheres.

Tiroidite de Hashimoto é a principal causa de hipotiroidismo

A tiroidite de Hashimoto, uma doença autoimune da tiroide, é a principal causa de hipotiroidismo quer em Portugal, quer na Europa. Na sua forma mais severa, esta patologia pode tornar o seu metabolismo mais lento – como se tudo funcionasse muito devagar -, facto que, por sua vez, pode provocar aumento do peso, cansaço, depressão, sensibilidade ao frio, entre outros sintomas.
Existem ainda outras causas para o hipotiroidismo, mas com menor expressão, nomeadamente a cirurgia parcial ou total da tiroide, a radioterapia em contexto de doença oncológica ou a utilização de alguns fármacos.

Prevalência é claramente superior no género feminino

Não se conhece a prevalência do hipotiroidismo em Portugal. Contudo, há estudos que permitem estimativas de prevalência, na população adulta, e que apontam para valores de 1% quando se fala de hipotiroidismo clínico (hormonas tiroideias abaixo dos valores de normalidade e hormona estimulante da tiroide – TSH – elevada) ou de 7-8% quando falamos em hipotiroidismo subclínico (hormonas tiroideias dentro dos limites de normalidade e a TSH discretamente elevada).
Sabe-se ainda que a prevalência desta patologia é claramente superior no género feminino e que aumenta com a idade. Pode acontecer em adolescentes e mulheres jovens, mas na maioria das vezes aparece entre os 40 e 60 anos.
Nos EUA, a prevalência do hipotiroidismo clínico varia entre 0,3 e 3,7% e na Europa entre 0,2 e 5,3%. Uma meta análise de estudos europeus estima a prevalência de hipotiroidismo não diagnosticado (clínico e subclínico) em 5%.

Porque é que as mulheres são mais afetadas do que homens?

Por razões que ainda não estão totalmente esclarecidas, as doenças de natureza autoimune são mais comuns entre as mulheres, como é o caso da principal causa de hipotiroidismo, a tiroidite de Hashimoto. Além disso, sabe-se que a possibilidade de desenvolver a doença de Hashimoto aumenta perante a existência de outra doença autoimune, como artrite reumatoide, doença celíaca, diabetes tipo 1, anemia por deficiência de vitamina B12 ou lúpus.

Não consegue engravidar? Se calhar tem hipotiroidismo…

A gravidez e o sonho de ser mãe podem ser comprometidos em caso de um funcionamento lento da sua tiroide. As mulheres com hipotiroidismo apresentam ciclos menstruais irregulares, facto que podem dificultar – e muito! – o planeamento da gravidez. Aliás, estudos mostram que quase metade das mulheres com hipotiroidismo tiveram problemas para engravidar. A maioria dessas mulheres foi recentemente diagnosticada com hipotiroidismo ou ainda não havia iniciado tratamento para controlar a doença.

Gravidez obriga a ajustes na terapêutica

Durante a gravidez é comum a mulher desenvolver mecanismos de adaptação com o objetivo de suprir as necessidades aumentadas das hormonas da tiroide. Este é um aspeto que assume particular relevância, considerando que no primeiro trimestre o feto depende destas hormonas maternas para o adequado desenvolvimento do sistema nervoso central.
Uma mulher com hipotiroidismo prévio à gravidez não tem esta capacidade de adaptação e deverá, por isso, ser acompanhada pelo médico de forma a fazer ajustes da terapêutica com levotiroxina, caso seja necessário. Idealmente, numa gravidez planeada, a otimização da terapêutica deverá acontecer no período pré-concecional.
A falta de diagnóstico pode levar a problemas graves para a mãe e para o bebé, pois durante a gestação, os sinais e sintomas do hipotiroidismo são inespecíficos e facilmente confundíveis com queixas frequentes na gravidez, como aumento de peso, falta de forças, cansaço e obstipação.

Se não for tratado o hipotiroidismo na gravidez pode provocar:

  • Aborto espontâneo;
  • Pré-eclâmpsia:
  • Anemia;
  • Hemorragia pós-parto;
  • Baixo peso do bebé à nascença;
  • Morte do bebé ou defeitos congénitos.

E no pós-parto?

Algumas mulheres apresentam distúrbios na tiroide após o parto, sendo o mais comum designado de tiroidite pós-parto. A tiroide muitas vezes retorna ao normal dentro de 12 a 18 meses após o início dos sintomas. Mas se existir uma história de tiroidite pós-parto, o risco é aumentando para o desenvolvimento de hipotiroidismo permanente.

Como é tratado o hipotiroidismo?

O hipotiroidismo é tratado com uma dose diária de levotiroxina, a mesma hormona que é produzida pela glândula da tiroide. Provavelmente precisará de recorrer a esta medicação para o resto da sua vida. Deverá conversar com seu médico ou enfermeira sobre quaisquer dúvidas ou preocupações.
A hormona estimulante da tiroide (TSH) atua muito lentamente no organismo, por isso é frequente demorar vários meses após o início do tratamento para que os sintomas desapareçam.
A dose pode ter de ser adaptada, por exemplo, em caso de gravidez, se estiver a tomar medicação hormonal para a menopausa ou perante uma doença do coração.

Fontes:

 

 

 

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