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Publicado em 09 de Setembro de 2019 às 16:00 em Notícias | 0 comentários

Está grávida ou pensa engravidar? Verifique a sua tiroide!

Está grávida ou pensa engravidar? Verifique a sua tiroide!

Se vai ser mãe, hoje é o seu dia! O Dia da Grávida comemora-se a 9 do nono mês do ano em alusão aos nove meses da gravidez. Se ainda não engravidou mas está a pensar nisso, este artigo também é para si! Saiba quais os cuidados a ter com a sua tiroide antes e durante a gestação, pois esta pequena glândula, além de poder afetar a gravidez, pode também influenciar a fertilidade.

Um bom funcionamento da tiroide é essencial em qualquer altura da vida, mas muito mais importante durante a gravidez, isto porque a gestação está associada quer a alterações da produção dos níveis das hormonas da tiroide, quer às dimensões desta glândula, sendo frequente a tiroide aumentar de volume, normalmente entre os 10 e os 30 por cento.
Por estes motivos, é fundamental uma atenção redobrada, pois os distúrbios não identificados e não tratados podem colocar em causa a saúde materna e fetal.

 

Quando fazer o rastreio?
Embora ainda seja controverso entre a comunidade científica se todas as grávidas devem ou não fazer um rastreio à tiroide, é consensual e é importante fazê-lo perante determinadas situações específicas, nomeadamente:
 Historial de aborto ou parto prematuro;
 Historial de hipotiroidismo ou hipertiroidismo;
 Cirurgia prévia;
 Presença de anticorpos antitiroideus elevados;
 Diabetes tipo 1 ou outras doenças autoimunes;
 Infertilidade.
Nestes casos, é fundamental a existências de um trabalho conjunto entre as especialidades de Endocrinologia e Obstetrícia tendo em vista um acompanhamos diferenciado e prioritário de todas as grávidas com distúrbios da tiroide.

 

Tiroide afeta fertilidade
Se está a tentar engravidar há algum tempo, mas sem sucesso, também deverá ponderar, além dos todos os exames pré-natais, pedir ao seu médico para avaliar a função da sua tireoide, pois pode ser alguma alteração desta glândula que está na origem da infertilidade. Quando existe uma produção excessiva de hormonas tiroideias (hipertiroidismo) o metabolismo fica acelerado, podendo desregular a menstruação e impedir a ovulação. Já os baixos níveis hormonais (hipotiroidismo) prejudicam a maturação dos óvulos e interferem no ciclo menstrual. Ou seja, a célula reprodutora feminina pode ser liberada pelos ovários em uma fase do ciclo imprópria para a implantação do embrião na parede do útero.

 

Doenças da tiroide mais frequentes durante a gravidez
Durante a gravidez, como já referido, é frequente a existência de alterações na função da tiroide, podendo levar a determinadas doenças. As mais frequentes são as seguintes:
Bócio
É frequente a tiroide aumentar de volume (bócio) durante esta fase da mulher. Contudo este aumento não representa qualquer problema desde que os níveis das hormonas estejam dentro dos valores normais. Caso não estejam deve ser feito um estudo mais aprofundado por parte da equipa médica que segue a grávida.
Hipotiroidismo
A deficiência de hormonas da tiroide (hipotiroidismo) pode atingir mais de 3% das gestações. Em alguns casos, esta situação já é conhecida pela mulher antes de engravidar, sabendo-se que se não estiver tratada conduz geralmente a uma infertilidade.
A causa mais frequente para esta deficiência hormonal é uma inflamação crónica da tiroide, de natureza autoimune, conhecida como tiroidite linfocítica ou de Hashimoto.
Os sinais e sintomas são inespecíficos e facilmente confundíveis com queixas frequentes na gravidez, nomeadamente o cansaço, o aumento de peso e a obstipação.
O seu tratamento é feito com levotiroxina, para repor os níveis hormonais, pois se não for tratada, esta condição aumenta a possibilidade de aborto espontâneo ou de vir a ter filhos com problemas neurológicos.
Hipertiroidismo
Já o excesso de hormonas tiroideias (hipertiroidismo) é uma situação mais rara que a anterior, embora possa acontecer até 1% das grávidas. A causa mais frequente é a Doença de Graves, também esta de natureza autoimune.
Os sintomas também se podem confundir com queixas frequentes na gravidez, entre as quais vómitos, emagrecimento, taquicardia e intolerância ao calor. O bócio (aumento do volume da tiroide) associado a exoftalmia (procidência dos globos oculares) são sinais mais específicos que apontam para uma Doença de Graves.
Sabe-se que se não for tratado pode conduzir a um aumento da incidência de abortos espontâneos e partos pré-termo, baixo peso ao nascer, pré-eclampsia, insuficiência cardíaca na mãe e no feto e morte intrauterina.
 Tiroidite
A tiroidite é um processo inflamatório da glândula tiroideia, em geral crónico e de natureza autoimune. Os anticorpos antitiroideus (antiperoxidase tiroideia e antitireoglobulina) são detetados muito frequentemente em mulheres desta faixa etária (em 10% a 15% das grávidas).
Mulheres com anticorpos tiroideus positivos têm um risco aumentado de desenvolver hipotiroidismo durante a gravidez, pelo que a função tiroideia deverá ser vigiada pelo menos uma vez por trimestre.

 

Tratamento é possível mesmo na gravidez
Embora a gravidez não permita todo o tipo de tratamentos, nomeadamente o iodo radioativo, a grávida pode ser medicada com segurança com medicamentos (antitiroideus) usados no hipertiroidismo para diminuir a produção de hormonas ou com comprimidos de hormona tiroideia – medicamentos que vão fornecer ao seu organismo a quantidade certa que a sua tiroide não é capaz de fabricar.

Fontes:
Saúde Cuf
Acta Médica Portuguesa
American Thyroid Association
Manual MSD

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